terça-feira, 9 de março de 2010

Quadro natural africano

Clima

O clima de África é fortemente influenciado pelo facto de este continente ser atravessado quase a meio pela linha do equador e estar compreendido na sua maior parte entre os trópicos. É um continente bastante quente, onde os climas se individualizam mais pelas variações pluviométricas do que pelas térmicas, à excepção das extremidades norte e sul, de clima mediterrânico. A partir do equador para norte e para sul, o clima passa de equatorial para tropical e desértico quente. Nas zonas mais altas o clima é de altitude e nas zonas temperadas o clima é mediterrânico.


Limites – Paralelo 37º norte (cabo Bon na Tunísia); mar Mediterrâneo (N); mar Vermelho (NE); oceano Índico (L) e Paralelo 38º8' sul no oceano Atlântico (S, O e NO).
Área – 30,33 milhões de km² – 19% das terras emersas do planeta.
Divisão – 53 países.
População – 681,7 milhões de habitantes. Densidade média (hab./km²): 22,47.



Relevo - O relevo Africano predominante planáltico apresenta considerável altitude média de 750m.Ocupa as regiões central e ocidental, em sua quase totalidade, planaltos intensamente erodidos, constituídos por rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos. Ao longo do litoral, situam - se as planícies costeiras, geralmente estreitas , salvo a oeste e nordeste, quando se estendem para o interior .Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: falha geológica estendendo-se de norte a sul, em que se sucedem planaltos e depressões relativas.É nessa região que se localizam os maiores lagos do continente, circundados por algumas das mais altas montanhas: Quilinmanjaro (5 895 metros), Quênia (5199 metros) e Ruvenzori (5 109 metros).
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul, do continente:
- a Cadeia dos Atlas, que ocupa a região sentrional do Marrocos, da Argéria e da Tunísia. Chegam atingir mais de 4 000 metros de altura;
- a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando nos Montes Drakensberg com mais de 3 400 metros de altura.
Completando uma visão do relevo africano, é possível observar ainda a existência de antigos maciços montanhosos em diferentes pontos do continente.
O planalto dos Grandes Lagos assinala o início da inclinação do relevo africano.
Hidrografia - Tendo suas regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens.
A maior importância cabe ao Rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo.Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no Mediterrâneo.
Além do Nilo, outros rios importantes para a África possui alguns são o Congo, o Niger eo Zambeze.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns muitos extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Niassa, o Rodolfo e o Tanganica.



Problemas da África


A atual divisão política da África somente se configurou nas décadas de 60 e 70. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências européias - Inglaterra, França, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha, em zonas de influencia adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem a independência, os países africanos tiveram de se moldar às fronteiras legadas pelos colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertences às mesmas tribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes, submetia-os, por outro lado, à influencia de valores europeus.
A segregação racial assumiu formas rígidas e violentadas: bairros, meios de transporte, casa de comércios, igrejas etc. eram reservados para uso dos negros. as leis do aparheid - segregação racial institucionalizada - proibiam que os negros se candidatassem a cargos políticos, que concorressem com os brancos a um emprego, que freqüentassem quaisquer ambientes que não lhes fossem expressamente destinados.


Adversidades climáticas somente ampliam a miséria de milhares de africanos, que vivem abaixo das condições mínimas de sobrevivência.
Com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança.
Outro problema é o descompasso existente entre o enorme crescimento populacional eo reduzido crescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária.


Quadro Humano
Pequena população relativa e distribuição irregular - Apesar de ser o terceiro continente em extensão territorial, a África é relativamente pouco povoada. Abriga pouco mais de 600 milhões de habitantes e uma densidade demográfica de 20 habitantes por quilômetro quadrado.
Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores:

- grande parte do continente é ocupada por áreas desfavoráveis a concentrações humanas;
- os índices de mortalidade são muitos altos;
- a África é um continente que recebeu poucas correntes migratórias.

A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O Vale do Nilo, por exemplo, possui densidade demográfica de 500 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados.
A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas de subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, bem como expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além apresentarem menor produtividade , requisitam grandes investimentos em educação e nível de emprego.
Maioria negra e diversos grupos brancos - A maior parte da população africana constituída por diferentes povos negros, mas é expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentriorial de continente, ao norte do Deserto do Saara.
sudaneses: em sua maior parte habitam as savanas que se estendem do Atlântico ao vale superior do Rio Nilo. Vivem basicamente do agricultura ;
bantos: habitam a metade do sul do continente e têm como atividades principais a criação gado e a caça;
nilóticos: são encontrados na região do Alto do Nilo e caracterizam-se pela estatura elevada;
pigmeus: de pequena estatura, vivem principalmente na selva do Congo e em seus arredores, onde baseiam sua subsistência na caça e na coleta de raízes;
bosquimanos e hotentotes: habitam a região do Deserto de Calaari, distinguem-se como grandes caçadores de antílopes e avestruzes.
Em correspondência com os três diferentes ramos étinico-culturais, encontram-se na África três regiões principais: o islamismo, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos da continente; o animismo, seguindo por toda África Negra.
Agropecuária
Na África Subsaariana a atividade rural está voltada para a exportação, por isso existe um grande número de lavouras monocultoras de produtos tropicais. O sistema de plantations, ou seja, culturas tropicais que ocupam grandes extensões de terra, é um modo de produção introduzido pelos colonizadores europeus na segunda metade do século XIX. Na contemporaneidade essa prática continua sendo desenvolvida em enormes propriedades rurais, que não são de propriedade dos povos nativos, pelo contrário, pertencem a empresas estrangeiras ou a ricos fazendeiros brancos de descendência europeia. A agricultura monocultora praticada usufrui das terras mais férteis. Diferente da agricultura de subsistência desenvolvida na África Islâmica, que não possui recursos tecnológicos ou mão-de-obra assalariada. Na África Subsaariana a agropecuária ocupa grandes propriedades rurais, nelas são realizadas aplicações de insumos agrícolas (fertilizantes, agrotóxicos) e a força de trabalho é executada por trabalhadores assalariados, quase sempre mal remunerados. Essa atividade agrícola abrange uma extensa área que parte do sul do Sahel e vai até a parte central do continente. As monoculturas são desenvolvidas em áreas de Savanas e florestas tropicais. Essas coberturas vegetais são provenientes de clima tropical, sendo assim, o percentual de chuvas é mais elevado que a parte norte do continente, a umidade permite o cultivo de culturas tropicais, como café, cana-de-açúcar, amendoim, algodão, chá, banana, abacaxi e cacau. Os países produtores têm a base de suas economias vinculadas à comercialização dos mesmos. A produção monocultora produz reflexos sociais negativos, isso acontece porque o cultivo de alimentos (inhame, mandioca, sorgo e milhete), que fazem parte da dieta local, não é produzido para dar lugar a produtos de exportação. Por não serem auto-suficientes na produção de alimentos, esses países são obrigados a importar, o que agrava ainda mais os problemas ligados à fome. Quanto à produção pecuária, essa porção da África ainda não tem se despontado, essa prática limita-se a ser desenvolvida nas proximidades do Sahel, onde são criados animais de pequeno porte, como ovinos e caprinos. A criação de gado tem sido comprometida em razão de doenças que atingem o rebanho, como febre aftosa, doença do sono e a brucelose.
Extrativismo Mineral
A África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os diamantes da África do Sul, do Zaire e de Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas como petróleo e gás natural, explorados principalmente na Nigéria, no Gabão, na Líbia, na Argélia e no Egito. O subsolo africano fornece também em abundância os seguintes minerais: antimônio (África do Sul), fosfatos (Marrocos, grande produtor mundial), manganês (Gabão e África do Sul), cobre (Zâmbia e Zaire), urânio (África do Sul e Gabão).
Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais estar a cargo de companhias europeias ou norte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma infraestrutura - equipamentos, técnicas e meios de transporte - visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.
Industrialização
Todos os países do continente, exceto a África do Sul, fazem parte do Terceiro Mundo e, como não poderia deixar de ser, exibem os mesmos problemas que caracterizam os integrantes desse bloco, agravados ainda pelo fato de que em boa parte da África a descolonização ocorreu recentemente.
Assim, toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente, fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez de capitais, a falta de mão-de-obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício ao desenvolvimento. Mesmo a grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.
Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeiras, óleos comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para exportação.
Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, da energia elétrica e das matérias-primas, muitas indústrias de origem europeia e norte-americana instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cuja exportação lhes possibilita altas margens de lucro.
As indústrias têxteis e alimentares, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, usinas hidrelétricas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente

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