terça-feira, 26 de outubro de 2010

Verbo: Emprego dos tempos do indicativo, subjuntivo e imperativo

Indicativo

O modo indicativo é quando o falante tem a certeza de sua atitude; o fato é ou será uma realidade. O modo indicativo tem divisões e subdivisões nos casos do pretérito e do futuro. Observe:

• Presente
• Pretérito: perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito.
• Futuro: do presente, do pretérito.

Vejamos a seguir a maneira de usá-los, separadamente:

O modo indicativo presente assinala:

• Um fato que ocorre no momento em que se fala: A campainha toca demais.
• Um fato passado, mas que reflete um presente histórico: Rachel de Queiroz falece aos 4 de novembro de 2003, aos 90 anos.
• Uma ação habitual: Ando dois quilômetros todos os dias.
• Uma verdade universal: A terra é redonda.
• Fatos futuros, porém não muito: Ligo para você, assim que chegar em casa.
• Com valor imperativo, uma ordem, pedido: Façam silêncio!

O modo indicativo pretérito assinala:

Pretérito perfeito:

• Um fato concluído: Comprei uma bicicleta.
• Uma ação que se prolonga até o momento presente (forma composta): Tenho trabalhado até tarde.

Pretérito imperfeito:

• Um fato contínuo, habitual, permanente: Ela comprava além do necessário.
• Um fato passado que tem imprecisão quanto ao tempo: Era uma vez uma menina que morava no alto da colina.
• Uma ação que acontece em relação a um fato passado: Eu dormia quando você entrou pela porta e me acordou.

Pretérito mais-que-perfeito:

• Uma ação passada ocorrida anterior a outra também no passado: Ele já realizara (tinha realizado) a prova quando você chegou para buscá-lo.
• Um desejo: Quem me dera poder voar!

O modo indicativo futuro assinala:

Futuro do presente:

• Um fato futuro que poderá ocorrer posterior ao momento da fala: Amanhã, visitarei minha avó.
• Dúvida a respeito de um fato presente: Ele terá uma surpresa boa esta manhã? Sim.

Futuro do pretérito:

• Um fato futuro em relação a uma ação passada: Eu poderia emprestar dinheiro se não tivesse gastado.
• Uma ação futura, porém duvidosa: Seria realmente necessário ter guerras?
• Fato presente: Daria para você fechar a porta porque estou tentando dormir!

Bibliografia: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/os-tempos-indicativo.htm

Subjuntivo

O modo subjuntivo é utilizado para indicar um fato incerto, exprime condição, incerteza e dúvida.
Uma característica particular desse modo verbal é sua dependência em relação a outro verbo. Logo, é muito comum ver o modo subjuntivo em orações subordinadas.

O modo subjuntivo tem divisões e subdivisão no caso do pretérito. Observe:

• Presente
• Pretérito: perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito.
• Futuro

Veja a seguir a maneira de usá-los e tire suas dúvidas.

O modo subjuntivo presente assinala:

• Uma ação duvidosa, incerta, que poderá ser realizada ou não: Quem sabe ela venha na reunião?
• Um desejo, uma vontade: Então, que você seja muito feliz no seu novo colégio.

O modo subjuntivo pretérito assinala:

Pretérito perfeito: Só ocorre na forma composta.

• Uma ação passada em relação à outra também no passado: Espero que você tenha encontrado felicidade em seu novo colégio.
• Uma ação que poderia ter acontecido no passado: Acredito que ela tenha observado a planta da nova casa.

Pretérito imperfeito:

• Um fato que exprime condição e está associado com o futuro do pretérito do indicativo: Se você tivesse dinheiro, compraria uma loja.

Pretérito mais-que-perfeito: Só ocorre na forma composta.

• Uma ação passada ocorrida em relação à outra também no passado: Se você estivesse de casaco, poderíamos ter ficado até mais tarde.
• Uma ação que poderia ter ocorrido: Se ele não fosse tão severo, gostaríamos de ter feito uma festa surpresa.

O modo subjuntivo futuro assinala:

• Uma ação possível ou uma condição: Se você estiver disponível, faremos a reunião amanhã.
• Um fato no futuro em relação a outro fato no futuro (na forma composta): Quando você tiver terminado sua redação, avise a professora.

Bibliografia: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/os-tempos-subjuntivo.htm

Imperativo

O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho.
Observe:

Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
Estude no colégio.
Confie em mim!

Imperativo afirmativo

Tu e Vós: conjuga-se o verbo no presente do indicativo, retirando-se a letra s. Exemplo:

Todos os dias tu estudas (retirando-se a letra s: Estuda tu).
Todos os dias vós estudais (retirando-se o s: Estudai vós).
A exceção é o verbo "ser": sê tu, sede vós.

Você, nós e vocês: conjuga-se o verbo no presente do subjuntivo. O imperativo afirmativo é idêntico a ele para essas três pessoas:

Espero que você estude: Estude você.
Espero que nós estudemos: Estudemos nós.
Espero que vocês estudem: Estudem vocês.

Imperativo negativo

Todas as pessoas coincidem com o presente do subjuntivo:

Não estudes tu,
não estude você,
não estudemos nós,
não estudeis vós,
não estudem vocês.

Bibliografia: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u86.jhtm

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Diretas Já

Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. A campanha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas.

Sob o Regime Militar desde 1964, a última eleição direta para presidente fora em 1960. A Ditadura já estava com seus dias contados. Inflação alta, dívida externa exorbitante, desemprego, expunham a crise do sistema. Os militares, ainda no poder, pregavam uma transição democrática lenta, ao passo que perdiam o apoio da sociedade, que insatisfeita, queria o fim do regime o mais rápido possível.

Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral. Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB – Mato Grosso).

A cor amarela era o símbolo da campanha. Depois de duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas Diretas Já.

Foram realizadas várias manifestações públicas. Mas dois comícios marcaram a campanha, dias antes de ser votada a emenda Dante de Oliveira. Um no Rio de Janeiro, no dia 10 de abril de 1984 e outro no dia 16 de abril, em São Paulo. Aos gritos de Diretas Já! mais de um milhão de pessoas lotou a praça da Sé, na capital paulista.

Uma figura de destaque deste movimento foi Ulysses Guimarães (PMDB), apelidado de “o Senhor diretas”. Outros nomes emblemáticos da campanha foram o atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, a cantora Fafá de Belém e o apresentador Osmar Santos.

No dia 25 de abril de 1984, o Congresso Nacional se reuniu para votar a emenda que tornaria possível a eleição direta ainda naquele ano. A população não pode acompanhar a votação dentro do plenário. Os militares temendo manifestações reforçaram a segurança ao redor do Congresso Nacional. Tanques, metralhadoras e muitos homens sinalizavam que aquela proposta não era bem-vinda.

Para que a emenda fosse aprovada, eram necessários 2/3 dos votos. A expectativa era grande. Foram 298 votos a favor e 65 contra e 3 abstenções (outros 112 deputados não compareceram). Para ser aprovada, a proposta precisava de 320 votos.

Com o fim do sonho, restava ainda a eleição indireta, quando dois civis disputariam o cargo. Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o apoio das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves venceu a disputa

Fonte: http://www.infoescola.com/historia/diretas-ja/

Cultura Brasileira nos Anos 60 e 70: Trevas e Luzes

Tropicália : A Tropicália, Tropicalismo ou Movimento tropicalista foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960. O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé ]); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas, o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália".

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Cinema Novo : Jovens frustrados com a falência das grandes companhias cinemagráficas paulistas resolveram lutar por um cinema com mais realidade, mais contéudo e menor custo. Vai nascendo o Cinema Novo.

Tudo começa em 1952 com o I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e o I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro. Por meio desses congressos, foram discutidas novas idéias para a produção de filmes nacionais. Uma nova temática de obras já começa a ser abordada e concluída mais adiante, por uma nova fase do cinema que se concretiza na década de 50.
Essa nova fase pôde ser bem refletida a partir do filme Rio, 40 Graus(1955), de Nelson Pereira dos Santos. As propostas do neo-realismo italiano que Alex Vinny vinha divulgando, foram a inspiração do autor do filme.

Um trecho do livro A Fascinante Aventura do Cinema Brasileiro(1981), de Carlos Roberto de Souza, expressa bem quais eram as pretensões do cinema nessa época: "Rio, 40 Graus, era um filme popular, mostrava o povo ao povo, suas idéias eram claras e sua linguagem simples dava uma visão do Distrito Federal. Sentia-se pela primeira vez no cinema brasileiro o desprezo pela retórica. O filma foi realizado com um orçamento mínimo e ambientado em cenários naturais: o Maracanã, o Corcovado, as favelas, as praças da cidade, povoada de malandros, soldadinhos, favelados, pivetes e deputados". Surgia o Cinema Novo.

Empolgados com essa onda neo-realista e frustrados com a falência dos grandes estúdios paulistas, cineastas do Rio de Janeiro e da Bahia, resolveram elaborar novos ideais ao cinema brasileiro. Tais ideais, agora, seriam totalmente contrários aos caríssimos filmes produzidos pela Vera Cruz e aversos às alienações culturais que as chanchadas refletiam.

O que esses jovens queriam era a produção de um cinema barato, feito com "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça". Os filmes seriam voltados à realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Os temas mais abordados estariam fortemente ligados ao subdesenvolvimento do país.

Outra característica dos filmes durante o cinema novo é que eles tinham imagens com poucos movimentos, cenários simplórios e falas mais longas do que o habitual. Muitos ainda eram rodados em preto e branco.

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As Musicas e os Festivais : O SWU Music and Arts Festival é o grande marco de celebração do movimento. Uma experiência memorável que vai combinar música e arte nos dias 9, 10 e 11 de outubro na Fazenda Maeda, localizada no município de Itu, a cerca de 70 km de São Paulo. O evento ocupará um espaço de arena de 200 mil metros quadrados e está preparado para receber milhares de pessoas ao longo dos seus 3 dias de duração.

E não é só de boa música que será feito o SWU. O movimento trará também para os seus participantes, ao longo dos três dias de duração do evento, o Fórum Sustentável, palco onde especialistas, pensadores, políticos, empresários e representantes de entidades não governamentais discutirão com o público alguns dos principais temas da sustentabilidade no século 21.

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Metáforas para Driblar a censura : Analisar as mensagens contra o regime militar, presentes nas metáforas das composições da MPB, durante o período de vigência do Ato Institucional nº5, foi o objetivo de pesquisa que resultou na dissertação “A MPB como recipiente de protestos contra a ditadura militar: as metáforas, carregadas de vozes contra o regime autoritário”. O trabalho foi defendido em março de 2007 por Claudio José Bernardo, no Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e investigou as metáforas presentes nas músicas e de que forma as mensagens implícitas se materializaram nas composições de Chico Buarque de Hollanda.

Segundo o autor, o movimento que se autointitula MPB teria surgido da bossa nova no ano de 1959 e conquistado os meios intelectuais da época. “Ao longo de 1959, a bossa nova ganhou as universidades do Rio e de São Paulo. Shows eram feitos com freqüência na Faculdade de Arquitetura de São Paulo e na PUC-RJ”, escreve na dissertação.

Porém, alguns intérpretes e compositores de bossa nova como Geraldo Vandré, Sérgio Ricardo e Nara Leão, insatisfeitos com um modelo de música feito “de um grupinho para outro grupinho”, teriam se transferido para espaços mais populares, como teatros, praças públicas e auditórios, divulgando as chamadas canções de protesto, ou seja, canções politicamente engajadas.
Cláudio afirma que o primeiro festival “aconteceu em 1960 e foi organizado pela TV Record, mas foi inexpressivo. A grande época dos festivais seria iniciada mesmo a partir de 1965, dentro do período da repressão militar”.

De acordo com o texto, no 3º festival de música popular brasileira, em 1967, novos agentes entraram em cena: se de um lado o tropicalismo trouxe muitas novidades e um forte apelo visual, do outro a censura se mostrava cada vez mais atenta e as letras tinham que ser enviadas para análise em orgãos do Governo Federal, “que convocava os compositores e sugeria mudanças nas letras, caso elas tivessem algum indício de subversão ou atentado à moral e aos bons costumes”.

A instituição do AI-5, no dia 13 de dezembro de 1968, consolidou o crescente cerco e perseguição aos compositores das canções de protesto. “Mal havia terminado o 4º festival, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram detidos para prestar esclarecimentos”, diz o autor. Ambos foram para Londres, depois de terem sido “gentilmente aconselhados” a deixar o país; em seguida Chico foi para Itália e Geraldo Vandré para o Chile. “Sem a presença dos grandes nomes da música, os festivais organizados a partir de 1969 perderam o tom de protesto”, esclarece Cláudio José.
A partir de então, segundo o autor, passou a haver uma batalha entre a percepção da censura e a os mecanismos usados para driblá-la. Sobre os teóricos utilizados para abordar os mecanismos metafóricos – Lakoff e Johnson – , o autor afirma que ambos “mudam o paradigma do estudo da metáfora. Para eles, a metáfora faz parte de nosso dia-a-dia e vivemos imersos em universos metafóricos, tanto que nem somos capazes de perceber”.

Sob esta perspectiva, o pesquisador analisou 20 letras de Chico Buarque, entre elas Apesar de você, Samba de Orly, Construção, Deus lhe pague, Cordão, Bom conselho, Sonho impossível, Partido alto, Meu caro amigo e Cálice. Apresentadas e avaliadas separadamente por ele, cada uma tem uma abordagem específica, desenvolvida a partir de sua temática e de sua gama de sentidos.

Para Cláudio, as metáforas não foram a única ferramenta utilizada para driblar a censura. Citando a historiadora Maria Clara Wasserman, ele detalha ferramentas como “utilização de palavras ambíguas (Cálice), inversões irônicas (Deus lhe pague), pseudônimos (Julinho de Adelaide e Leonel Paiva) e ainda construções de versos dotados de duplo sentido (Corrente)” , que integravam o arsenal utilizado para camuflar as mensagens presentes nas composições.
Muitas delas estruturariam uma idéia de “presente sufocado” em confronto com as idéias eufóricas e ufanistas difundidas pelo regime autoritário. Quando retornou de seu exílio na Itália, em 1970, Chico encontrou uma realidade muito pior do que a que deixara para trás: “a tortura e o desaparecimento de pessoas contrárias ao regime do general Médici eram uma constante”,diz a dissertação.

Neste contexto, a música Apesar de você “passou” pela censura e circulou até que, quando o compacto que a continha já atingia a marca de 100 mil cópias, um jornal insinuou que esta fazia alusão ao presidente Médici. Cláudio José afirma que “a gravadora foi invadida, as cópias destruídas”. Quando interrogado, o compositor disse que a letra referia-se à “uma mulher muito mandona, muito autoritária”, acrescenta.

Para Claudio, a criatividade e a riqueza presentes nas metáforas foram, de certa forma, conseqüência da própria censura. “Se alguém me faz subversivo é a própria Censura. Porque eu quero dizer as coisas claramente. Não quero ser sub não”, declarou Chico Buarque na Revista Bondinho, em 1971, como assinala o pesquisador em sua dissertação.

Fonte: http://paulo-v.sites.uol.com.br/cinema/cinemanovo.htm